5 evoluções no design de toca-discos que mudaram a história da música
Se você leu nosso texto sobre a história dos LPs e toca-discos, já sabe que a busca pelos melhores equipamentos e técnicas para gravar e reproduzir sons tem mais de 100 anos. Desde que surgiram os fonógrafos, passando pelos gramofones e chegando nos toca-discos modernos, as mudanças no design dos equipamentos dedicados a reproduzir sons foram enormes. Com isso, de lá para cá, nossa forma de ouvir e fazer música também mudou completamente.
Com o lançamento do livro Revolution: The History Of Turntable Design, (em português, podemos traduzir por algo como “Revolução: A História do Design de Toca-discos”), da editora norte-americana Phaidon Press, dedicado a listar e descrever alguns dos modelos mais marcantes de toca-discos, desde 1950, bem como seus impactos culturais, resolvemos fazer um pequeno levantamento próprio, para os leitores da NOIZE.
Abaixo, confira alguns dos modelos de toca-discos mais marcantes, no nosso ponto de vista, para a história da música como a conhecemos hoje:
GARRARD 301
Em 1953, surgiu o primeiro modelo de toca-discos que permitia a alternância na velocidade de rotação do prato para todos os tipos de gravação. O toca-discos podia rodar gravações em 33, 45 e 78 rpm, tracionado através de um sistema de polias.
É um clássico e segue sendo, até hoje, um dos modelos antigos de alta fidelidade mais celebrados pelos audiófilos. Por reproduzir todas as velocidades de discos no mercado, o Garrard 301 foi um dos toca-discos mais usados pelas rádios europeias, como a BBC, para rodar suas programações.
PHILCO TPA-1
Costumamos dizer que não recomendamos as maletinhas para quem quer ouvir discos de vinil com qualidade. Mas, precisamos admitir: no meio dos anos 1950, foi uma maletinha que ajudou a mudar a história da música e dos toca-discos. O TS1, um equipamento all-in-one, foi a primeira vitrola a operar sem precisar estar ligada à energia elétrica externa.
Durante a explosão do rock n’ roll nos EUA, o equipamento, que funcionava utilizando uma bateria própria, auto-falantes próprios e rodava discos de 45 rpm, fez com que a música em discos de vinil se tornasse definitivamente portátil.
TECHNICS SL1200
Já falamos especificamente sobre o SL-1200 em um texto por aqui. A série de toca-discos da Technics (que inclui também o SP-10, o SL-1100 e o SL-1200 MK2), iniciada nos anos de 1970, foi uma das primeiras a utilizar o sistema direct-drive, onde o motor está ligado ao prato sem intermediários, resultando em um aumento na velocidade de arranque ao dar o play.
Com essa e outras mudanças, alguns artistas passaram a utilizar os toca-discos enquanto instrumento musical. O surgimento do Technics SL-1200 está diretamente ligado ao surgimento do turntablism, dos DJs e a criação musical na cultura hip-hop.
BEOGRAM 400
Também lançado nos anos 1970, este toca-discos foi um dos primeiros a adotar o sistema de linear-tracking, fazendo com que o braço percorra o disco de forma mais estável, seguindo sempre uma linha reta radial.
O modelo, que opera usando um sistema belt-drive, é um xodó dos audiófilos e, inclusive, foi recriado pela empresa Bang & Olufsen em 2020.
SHARP SG 220
Para completar, não podemos deixar de citar um representante dos 3 em 1. Estes aparelhos se popularizaram por sua praticidade: em um único equipamento, um toca-discos, um toca-fitas e um receiver com rádio. Entre eles, um dos mais icônicos e conhecidos é o Sharp SG 220. Até hoje, é fácil encontrar um desses usados para comprar on-line.
Com o surgimento e difusão dos CDs, esses equipamentos passaram por transformações, incorporaram a nova mídia e tornaram-se 4 em 1. Durante os anos 80 e 90, foram extremamente presentes nas casas de quem queria ouvir discos de vinil com qualidade, mas sem ter vários aparelhos dedicados.